Para quem - como eu - detesta correr, fica um pouco irónico dizer que não gosto de faze-lo quando os meus dias são passados a correr entre listas, afazeres e compromissos. Correr está na moda - dizem - eu acho que é apenas um reflexo de não ter dinheiro para ir para um ginásio, não ter tempo para pensar se consigo arranjar esse dinheiro e ter preguiça de arranjar alternativas quando já temos tanta coisa em que pensar e tantas alternativas a arranjar para outras coisas que achamos (e na realidade raramente são) mais importantes.
O ano que passou iniciei um processo muito pessoal para mudar esta minha cabeça pessimista e procrastinadora, ainda estou longe da meta mas claramente já deixei para trás as desculpas do inicio. Aprendi a reconhecer alguns erros e criativamente - afinal é isso que faço como modo de vida - arranjar alternativas. Se aquilo que mais adoro fazer é arranjar resposta para problemas e soluções para questões funcionais, porque não conseguirei eu fazer o mesmo com a minha própria problemática?
Aqui serei eu cliente de mim mesma.
Correr - ainda - é para mim sacrifício, mas já não é obrigação.
É uma tarefa de mim para mim, enquanto minha cliente, para fazer acontecer outras coisas como sentir-me mais leve e sê-lo, ter tempo para pensar - coisa que não percebia quando me falavam e agora já percebo um pouco mais - e de uma forma meio mistério me sentir mais feliz... em parte culpa das endorfinas e em parte por sentir um objectivo cumprido.
Agora vamos entrar em modo obras cá em casa, menos tempo ainda... mas eu continuarei a ir trabalhar e como tal também continuarei a TER QUE arranjar tempo para caminhar/correr. Afinal é só mais uma corridinha para cumprir uma tarefa - cuidar de mim!
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